terça-feira, 7 de setembro de 2010

A padronização da normas contábeis

Este tema nos remete a uma estorinha contada por muitos que se acham espertalhões em algumas brincadeiras e jogos matemáticos, mas que têm um pouco a ver com a contabilidade e as diversas demonstrações e interpretações de relatórios contábeis, salientado que, se faz urgente uma uniformização nos Padrões dessas Demonstrações.

Eis a pegadinha matemática:

Então me diga, ONDE ESTA O R$ 1,00 ?!

Resolva o Problema:
Eu, Tu e Ele... fomos comer no restaurante e no final a conta deu R$30,00.
Fizemos o seguinte: cada um deu dez reais...
Eu: R$ 10,00
Tu: R$ 10,00
Ele: R$ 10,00
O garçom levou o dinheiro até o caixa
e o dono do restaurante disse o seguinte:
- Esses três são clientes antigos do restaurante,
então vou devolver R$5,00 para eles!
E entregou ao garçom cinco moedas de R$ 1,00.
O garçom, muito esperto, fez o seguinte: pegou R$ 2,00 para ele
e deu R$1,00 para cada um de nós.
No final ficou assim:
Eu: R$ 10,00 (-R$1,00 que foi devolvido) = Eu gastei R$9,00.
Tu: R$ 10,00 (-R$1,00 que foi devolvido) = Tu gastaste R$9,00.
Ele:R$ 10,00 (-R$1,00 que foi devolvido) = Ele gastou R$9,00.
se cada um de nós gastou R$ 9,00
somando, juntos gastamos R$ 27,00
E se o garçom pegou R$2,00 para ele, temos:
Nós: R$27,00
Garçom: R$2,00
TOTAL: R$29,00




Recentemente, na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), foi oficializado o lançamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão responsável pela elaboração e harmonização das normas contábeis. Esse órgão está ligado ao Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e tem por objetivo principal alinhar o Brasil ao que há de melhor em práticas contábeis em nível internacional. Fazem parte deste comitê, além do CFC, representantes dos auditores independentes (IBRACON), das companhias abertas (ABRASCA), dos analistas de mercado de capitais (APIMEC) e dos professores da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, FEA/USP (FIPECAFI). Este comitê brasileiro tem função similar a do Financial Accounting Standards Board (FASB), órgão dos EUA formado por um grupo técnico que faz pronunciamentos, após ampla discussão com os interessados, e que serve de subsídios para a adoção de normas pelas agências reguladoras daquele país. A padronização das normas contábeis, é um tema muito discutido hoje em dia, pois devido a liberdade com que eram divulgados os relatórios e demonstrações contábeis, traziam diversas interpretações e pontos de vistas. Por exemplo, um relatório de uma mesma empresa elaborado nos Estado Unidos, evidenciria LUCRO, enquanto na Índia, evidenciaria PREJUÍZO, pelo simples fato de não haver uma uniformidade internacional.
A harmonização das normas contábeis é um processo de extrema necessidade e relevância para as companhias que operam em diversos países e que precisam apresentar informações as suas controladoras sediadas no exterior ou aos seus usuários internacionais (clientes, fornecedores, bancos, etc). Por isso, a divulgação de informações sobre a posição patrimonial e financeira de uma companhia deve ter suporte técnico de normas contábeis de alta qualidade que facilite a análise e permita a comparabilidade com outras companhias e o entendimento por parte de seus usuários.
A partir do CPC, o Brasil dá um avanço importante e passa a acompanhar uma tendência internacional. Os escândalos internacionais corporativos ocorridos nos Estados Unidos e na Europa, nos anos de 2001 a 2003, acirraram a desconfiança dos investidores para com as informações contábeis pouco transparentes que as companhias prestam ao mercado. Logo, torna-se claro o interesse crescente pela adoção de regras mais claras e transparentes que tornem comparáveis as demonstrações contábeis das companhias brasileiras. Por essa razão, as companhias que adotarem normas contábeis reconhecidas internacionalmente terão significativas vantagens sobre as demais no mercado de capitais, pois a divulgação de informações de acordo com normas de elevada qualidade técnica, proporciona mais transparência, melhora a comunicação financeira e a compreensibilidade, reduz o risco do investimento e o custo do capital (bancos e investidores). Embora esse novo órgão conte com o apoio de entidades do Governo Federal, tais como o Banco Central e a CVM, o CPC depende de aprovação do projeto de Lei no 3.741 (uma vez que nele está prevista a criação de um órgão responsável pela elaboração de normas para os órgãos reguladores) que encontra-se no Congresso Nacional para aprovação pelo Legislativo há muito tempo.

 
 
Ah! A solução da pegadinha é a seguinte:
Depende do "ponto de vista lógico".
R$ 25,00 ficaram com o dono do restaurante;
R$ 2,00 ficaram com o garçon; (Até aí tudo bem)

EU, TU e ELE, cada um recebe R$ 1,00 de troco. 
Então, somando-se o que pagaram EU, TU e ELE R$ 27,00

A solução: R$ 3,00 (troco recebido pelos três) + R$ 2,00 (pegos pelo garçon) + R$ 25,00 (recebidos pelo dono do restaurante = R$ 30,00.
Aí está o segredo - os R$ 2,00 do garçon já estão inclusos no que pagaram eu, tu e ele (25 do restaurante + 2 do garçon), e no entando, não devem ser somados ao que cada um já pagou (27,00+2,00=29,00), originando o erro e a confusão contábil...
 
  
Portanto não sumiu nem UM R$...